Taxa sobre LCAs prejudica o agro e aumenta preços dos alimentos

Debate sobre a taxação das LCAs pode prejudicar o setor agrícola e aumentar os preços dos alimentos

Recentemente, uma proposta do governo de acabar com a isenção do Imposto de Renda para rendimentos provenientes de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) tem gerado uma forte discussão entre especialistas e representantes do setor agrícola. A tendência é de que essa medida possa impactar negativamente o financiamento do agronegócio e elevar os preços dos alimentos no mercado nacional.

Impactos econômicos e setoriais

O deputado federal Rodrigo Valadares, representante de Sergipe, afirmou em entrevista à CNN Brasil que a taxação dessas letras de crédito pode desmotivar investidores a aportarem recursos no setor do agronegócio, que é considerado uma das principais locomotivas da economia brasileira. Segundo ele, mais de 40% do Plano Safra é financiado por essas letras. Assim, torná-las mais caras ou menos atrativas pode resultar na redução de crédito disponível para os produtores rurais, dificultando o investimento e aumentando o custo final dos produtos.

Além disso, Valadares alertou que essa medida pode gerar um aumento nos preços dos alimentos, afetando especialmente o consumidor final. Ele destacou que o aumento do custo do crédito impacta toda a cadeia produtiva, levando à elevação dos preços de itens essenciais na mesa do brasileiro.

Repercussões no mercado imobiliário

O setor imobiliário também deve sentir os efeitos dessa proposta, uma vez que as LCIs são uma das principais fontes de financiamento para o setor. Com a possível redução dos incentivos fiscais, proprietários e construtoras podem enfrentar dificuldades para captar recursos, o que pode desacelerar o mercado imobiliário em diversas regiões do país.

Alternativas e recomendações

Rodrigo Valadares sugeriu que o governo deveria focar na implementação de reformas administrativas e na redução de gastos públicos ao invés de aumentar a carga tributária sobre os investimentos financeiros. Acredita que a busca por maior eficiência na gestão pública pode gerar um ambiente mais favorável para os negócios, sem prejudicar setores estratégicos.

Além disso, o parlamentar defende que a reavaliação de incentivos fiscais em setores considerados menos produtivos pode ser uma alternativa para equilibrar as contas públicas sem comprometer o desenvolvimento econômico do país.

Cenário internacional e risco de fuga de capitais

Valadares também mencionou o risco de que a iniciativa leve à fuga de investidores para países com maior segurança jurídica e menor carga tributária, citando como exemplo o cenário atual na Argentina, onde medidas ortodoxas de ajuste têm atraído investimentos estrangeiros.

Conclusão

O deputado finalizou reforçando a necessidade de o governo criar um ambiente mais propício ao crescimento e ao investimento no Brasil, evitando medidas que possam desestimular setores essenciais como o agrícola e o imobiliário, que são fundamentais para o desenvolvimento econômico sustentável.

Fonte: CNN Brasil