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O que são LCA, LCI, CRI e CRA e como podem ajudar você

07 de julho de 2025
4 min de leitura
O que são LCA, LCI, CRI e CRA e como podem ajudar você

📸 Foto: Reprodução/Folha de S.Paulo

Entenda o papel de LCA, LCI, CRI e CRA no mercado de investimentos

O mercado financeiro oferece diversas opções de títulos de renda fixa que atraem investidores em busca de segurança e bom retorno. Entre esses instrumentos, destacam-se as letras de crédito imobiliário (LCI), letras de crédito do agronegócio (LCA), certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).

Porém, o cenário pode passar por mudanças relevantes em breve. Uma proposta do governo brasileiro, atualmente em análise pelo Congresso, prevê a revogação da isenção de Imposto de Renda (IR) sobre esses títulos a partir de 2026. Apesar da tributação, eles ainda mantêm sua atratividade, principalmente pelo baixo custo de juros para emissores e investidores.

Alterações na tributação e impacto no mercado

Com a possível implementação da medida, os títulos de renda fixa, como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs, terão uma alíquota de IR de apenas 5%. Atualmente, esses papéis geralmente são isentos ou apresentam tributação inferior, o que os torna bastante competitivos quando comparados a outros investimentos, como CDBs, cuja alíquota pode chegar a 17,5%.

De acordo com especialistas, essa mudança deve levar à antecipação de ofertas dessas letras e certificados, já que as empresas querem aproveitar o regime atual até o fim do período de isenção. Além disso, as emissões podem se alongar, com vencimentos mais longos — por exemplo, um CRA de 10 anos a ser emitido até o final de 2025 não terá incidência de IR na devolução em 2035.

Vantagens persistentes mesmo com a previsão de IR

Apesar da introdução da tributação, esses títulos ainda permanecem atrativos. Isso porque a alíquota de 5% continua significativamente menor do que a praticada em outros investimentos de renda fixa. Para o investidor, essa redução na tributação mantém esses papéis competitivos, além de possibilitar uma taxa de juros menor para quem está emitindo.

Para as empresas, esses títulos oferecem uma alternativa de financiamento eficiente, especialmente em setores como o imobiliário e agrícola. Como os bancos possuem limites de crédito com base no patrimônio, as companhias buscam recursos no mercado de capitais por meio de debêntures, bonds emitidos no exterior, ou por meio de uma oferta de ações na Bolsa de Valores.

Diferenças entre LCI e LCA

As LCIs e LCAs são emissões exclusivas de instituições financeiras, que destinam os recursos captados às finalidades específicas de financiamento do setor imobiliário e do agronegócio, respectivamente. O risco de crédito é do banco, que empresta ao setor financeiro essas quantias garantidas por hipotecas ou alienações fiduciárias, além de contar com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Em contrapartida, CRIs e CRAs são títulos de securitizadoras, que compram dívidas de empresas e as reemitem como títulos lastreados em contratos de financiamento, venda ou aluguel. Esses instrumentos possuem prazos mais longos, variando, geralmente, entre três e sete anos, e apresentam maior risco de crédito, pois dependem da solvência da empresa devedora.

Remuneração e riscos desses títulos

O retorno de LCIs e LCAs pode ser fixo, pós-fixado ou híbrido, acompanhando índices como o CDI, IPCA ou outros. Já os CRIs e CRAs também podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos, podendo render um pouco acima das aplicações do Tesouro Direto, por envolver maior risco.

Para avaliação de risco, existem agências que atribuem notas às emissões, sendo as mais seguras as classificadas com notas AAA+. Quanto maior a empresa ou maior a diversificação das dívidas, menor tende a ser a taxa de juros exigida.

Perspectivas futuras

Se a proposta de aumento de impostos for aprovada, a tributação de 5% será aplicada às emissões de LCIs, LCAs, CRIs e CRAs a partir de 2026. Apesar disso, a atratividade desses títulos deve se manter, devido ao menor peso tributário em comparação a outras opções de renda fixa, que passarão a pagar 17,5% de IR.

Especialistas destacam que empresas que planejavam emitir esses papéis desejam antecipar as operações para garantir o regime atual. Assim, empresas e investidores se movimentam para aproveitar o cenário favorável até o fim do período de isenção.

Conclusão

Em essência, os títulos de crédito do setor imobiliário e do agronegócio continuam sendo opções estratégicas para quem busca rentabilidade ajustada ao risco e grande eficiência na captação de recursos. Mesmo com a possível nova tributação, sua relevância no mercado de capitais se mantém, principalmente pelo diferencial de custos para quem emite, além do baixo retorno líquido para o investidor.

Fonte: Folha de S.Paulo

Iris Andrade
Iris AndradeRedatora, Temos Casa
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