Ibovespa sofre sétima queda e impacta blue chips como VALE3 e PETR4

Mercado Financeiro Opera com Estabilidade e Movimentos Contraditórios nesta Terça-feira

A bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, encerrou o dia praticamente estável após uma sessão marcada por volatilidade. Mesmo com uma mínima de mais de um mês alcançada durante o pregão, o índice conseguiu se manter na faixa dos 135 mil pontos, influenciado por movimentos de peso de ações de Vale e Petrobras.

Desempenho do Ibovespa

O índice reflexo do mercado acionário brasileiro fechou com uma variação negativa de apenas 0,04%, atingindo os 135.250,10 pontos. Durante o dia, a menor pontuação registrada foi de 134.380,16 pontos, nível mais baixo desde 9 de junho, enquanto a máxima chegou a 136.021,52 pontos. Antes dos ajustes finais, o volume financeiro negociado foi de aproximadamente R$ 16,25 bilhões.

Movimentos do Dólar e Comentários sobre Inflação nos EUA

Ao mesmo tempo, o dólar interrompeu uma sequência de quatro sessões de alta, fechando a terça-feira em baixa frente ao real. A moeda ao vender passou a R$ 5,5595, uma queda de 0,48%, após encerrar a segunda-feira no maior nível desde 5 de junho. Na comparação com o ano, o dólar acumula uma redução de 10,03%.

Nos Estados Unidos, os dados de inflação de junho indicaram uma aceleração no crescimento dos preços ao consumidor, reforçando expectativas de um possível corte de juros pelo Federal Reserve em setembro. O índice de preços ao consumidor subiu 0,3% no mês passado, maior que os 0,1% de maio, marcando o maior aumento desde janeiro. Nos 12 meses até junho, a alta foi de 2,7%, ante 2,4% de maio.

Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a valorização do dólar globalmente diminuiu e abriu espaço para uma maior valorização de moedas de mercados emergentes, incluindo o real. Isso foi potencializado por sinais de possível flexibilização na cobrança do IOF e pela postura mais firme do governo diante das ameaças tarifárias americanas, o que ajudou a aliviar tensões no mercado local.

Principais Destaques do Mercado de Ações

• Na sessão, a CVC (CVC3) liderou as altas com um aumento de 6,55%, fechando a R$ 2,44;
• São Martinho (SMTO3) valorizou-se em 3,65%;
• Na ponta negativa, a MRV (MRVE3) apresentou uma perda de 2,87%, encerrando a R$ 6,09, após resultados operacionais decepcionarem o mercado;
• Demais ações como Vale, Petrobras e setores de construção e consumo tiveram quedas moderadas, refletindo o cenário de cautela global.

Expectativa para a Divulgação de Resultados

Após o fechamento do mercado, inicia uma nova fase na temporada de balanços, com o anúncio do resultado trimestral da Romi (ROMI3), que promete movimentar os investidores. A expectativa é de que os números tragam orientações sobre a retomada de setores específicos após um período de incerteza.

Atuação do Mercado Futuro e Perspectivas

Nos mercados futuros, o Ibovespa soma uma ligeira alta de 0,03%, alcançando os 136.810 pontos. O movimento indica certa cautela, enquanto o dólar futuro registra uma baixa de 0,20%, aos 5.600 pontos, refletindo o alívio nas operações de câmbio nesta sessão.

Cenários Internacionais e Influências Regionais

Nos Estados Unidos, as bolsas refernciadas operaram mistamente, com o Nasdaq atingindo uma nova máxima, sustentado por avanços nas ações de tecnologia, particularmente da Nvidia, que anunciou a retomada das entregas de GPUs para a China. O S&P 500 recuou 0,40% diante de dados de inflação e resultados de bancos, cenário que preocupa por indicar possíveis ajustes na política monetária do Fed.

Já na Ásia e Europa, os mercados apresentaram alta, apoiados pelo crescimento da economia chinesa e por lucros de empresas de destaque nos mercados europeus. O petróleo apresentou queda, enquanto o minério de ferro fechou em leve aumento, impulsionado por dados econômicos positivos na China e fortalecimento de laços comerciais com a Austrália.

Política e Geopolítica no Foco Global

• O Kremlin relembrou que as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre sanções e apoio à Ucrânia, exigem análise aprofundada, após o anúncio de novas entregas de armas e ameaças tarifárias;
• Nos Estados Unidos, o Senado avalia cortes de gastos e deve votar um projeto de redução de despesas que inclui ajuda externa e recursos para emissoras públicas, refletindo o cenário de tensionamento político;
• Na América do Sul, o governo brasileiro busca reverter uma decisão americana de aplicar tarifa de 50% sobre produtos nacionais, enquanto reativa instrumentos de reciprocidade econômica em resposta às ameaças tarifárias de Trump.

Impactos Econômicos e Setoriais

O setor de commodities também apresentou movimentação: petróleo e minério de ferro recuaram e subiram, respectivamente, refletindo as incertezas e as boas perspectivas na China e na Austrália. Ainda, o mercado de fundos imobiliários (IFIX) apresentou estabilidade, enquanto ações de setores mais sensíveis à crise econômica permanecem em comportamento de cautela.

Considerações Finais

O dia foi marcado por um cenário internacional de estímulos e tensões, impactando as principais bolsas globais e o mercado doméstico. As próximas semanas continuarão a ser decisivas, com o andamento de negociações comerciais e de políticas monetárias influenciando o ritmo das operações e investimentos.

Fonte: Infomoney