Logo Temos Casa
Urbanismo

Descubra os Segredos da Revitalização da Pequena África no Centro

11 de julho de 2025
3 min de leitura
Descubra os Segredos da Revitalização da Pequena África no Centro

📸 Foto: Reprodução/VEJA RIO

Projeto de Revitalização da Pequena África ganha destaque com intervenção inovadora no Centro do Rio

Um novo projeto de revitalização está sendo planejado para a Pequena África, localizada na Zona Portuária do Rio de Janeiro. A iniciativa visa fortalecer a conexão histórica, cultural e espiritual da região, reconhecida por sua importância simbólica para a população negra brasileira.

Concurso nacional resulta na escolha de arquiteta renomada

Após uma competição promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a vencedora foi Sara Zewde, arquiteta e paisagista etíope-americana que reside em Nova York. A sua proposta, elaborada pelo estúdio que fundou no Harlem, destacou-se por sua sensibilidade cultural e potencial de transformação urbana.

Detalhes do projeto e objetivos principais

O projeto prevê a construção de uma passarela com inclinação suave de 5%, que conectará as Docas de D. Pedro ao bairro próximo ao Avenida Venezuela, onde está situado um baobá emblemático, representando a ancestralidade africana. Essa passarela terá um percurso que conduz o visitante até o sítio arqueológico do Cais do Valongo, reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

“Queremos transformar esse trajeto em uma rota de reconexão cultural e espiritual, remetendo às jornadas dos povos africanos escravizados,” explicou Sara Zewde.

Intervenções simbólicas e paisagísticas

  • Piso trançado nas calçadas: inspirado em padrões africanos tradicionais;
  • Paisagismo com figueiras: reforçando a ligação ancestral;
  • Melhorias na acessibilidade: facilitando o acesso ao sítio arqueológico;
  • Reorganização urbana: revitalização do Largo do Propósito e da Praça da Harmonia, criando um circuito integrado de cultura e patrimônio.

Impacto cultural e social

Segundo Sara Zewde, o projeto foi desenvolvido a partir de uma escuta ativa dos moradores locais, levando em consideração suas memórias e desejos. Sua trajetória profissional inclui passagens pela Universidade de Harvard, onde é professora da disciplina de Arquitetura Paisagística, sendo reconhecida como a primeira mulher negra a atuar na área na instituição.

Etapas e financiamento

O concurso do BNDES premiou três propostas e concedeu menções honrosas, com a proposta de Sara sendo a vencedora. O banco destinou uma verba de aproximadamente R$ 7 milhões para o desenvolvimento dos estudos e estruturação do projeto. A execução agora depende da aprovação dos órgãos de preservação e planejamento, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), além do envolvimento da prefeitura do Rio de Janeiro.

Perspectivas futuras

Com o apoio de entidades públicas e a receptividade de populações locais e turistas, a expectativa é que, futuramente, o projeto potencialize o turismo cultural e fortaleça o reconhecimento da história africana na cidade, promovendo uma maior valorização do patrimônio e da memória ancestral da região.

Fonte: Os detalhes do projeto de revitalização da Pequena África, no Centro

Iris Andrade
Iris AndradeRedatora, Temos Casa
Quer receber as últimas novidades? Inscreva-se na nossa newsletter!

Ao clicar no botão, você concorda com nossa Política de Privacidade, incluindo o uso de cookies e o envio de comunicações.