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Comunidade cria resistência e impede despejo na Favela do Moinho

12 de julho de 2025
3 min de leitura
Comunidade cria resistência e impede despejo na Favela do Moinho

📸 Foto: Reprodução/Jornal A Verdade

Moradores da Favela do Moinho evitam despejo através de mobilização popular

Na semana passada, moradores da comunidade conhecida como Favela do Moinho, localizada no centro de São Paulo, conseguiram impedir uma ação de despejo forçado promovida pelo governo estadual. Após semanas de resistência e forte envolvimento de movimentos sociais, a comunidade conseguiu manter seus laços e seus direitos intactos.

Contexto de conflito e resistência

Desde o início do ano, o governo de Tarcísio de Freitas, apoiado pelo prefeito Ricardo Nunes, vem intensificando ações de remoção na região central da cidade, especialmente na área onde a Favela do Moinho se encontra, nos Campos Elíseos. A estratégia, vista por moradores e ativistas como uma tentativa de beneficiar interesses imobiliários, ganhou força com a ameaça de reintegração de posse, que contou com o apoio da Polícia Militar.

Apesar das ações de repressão e ameaças, a comunidade mobilizou-se em defesa do território, com apoio de diversos movimentos sociais que denunciaram a violência contra seus moradores. A mobilização popular foi capaz de pressionar as autoridades a recuarem e suspendem as ações de despejo, além de evitar que a área fosse desapropiada para projetos de especulação imobiliária.

Histórico de luta e resistência na região

A história da Favela do Moinho remonta à ocupação de antigos galpões ferroviários abandonados, há cerca de 40 anos. Desde então, os moradores enfrentam contínuas ameaças de remoção e negligência por parte do poder público. Em 2011, após um incêndio de grandes proporções, dezenas de casas foram destruídas, agravando ainda mais a situação da comunidade.

No ano passado, as tensões aumentaram quando o governo estadual anunciou a intenção de retirar cerca de 800 famílias. Em resposta, os moradores organizaram protestos, incluindo trancamento de linhas de trem e manifestações com atividades culturais, reafirmando seu direito de permanecer no local.

Ações de repressão e conquistas recentes

Em maio, a situação atingiu um ponto crítico quando a Prefeitura de São Paulo iniciou Demolições de casas e bloqueios de acessos ao bairro, acionando a Polícia Militar para dispersar os manifestantes. Houve uso de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, aumentando o clima de tensão.

Contudo, a resistência popular se consolidou. Em resposta à pressão das famílias e às denúncias de violações de direitos humanos, o Governo Federal interveio, suspendendo temporariamente a cessão do terreno ao estado e propondo um acordo para o reassentamento dos moradores. Este prevê um pagamento de R$ 250 mil por família, além de auxílio-aluguel de R$ 1.200, até que possam adquirir uma moradia fixa.

Impacto na mobilização social urbano

O exemplo da Favela do Moinho ganhou notoriedade entre outras comunidades ameaçadas na capital paulista, servindo de inspiração para várias ocupações urbanas e movimentos sociais de resistência. Diversas famílias de diferentes bairros acompanham de perto a luta, fortalecendo o movimento contra a especulação imobiliária e por moradia digna.

O prefeito Ricardo Nunes, aliado às forças de segurança, intensifica a repressão, apoiada por seu secretário de Segurança Pública. As ações contra os movimentos populares têm sido frequentes, alimentando o debate sobre o direito à cidade e a violência institucional contra os pobres.

Fonte: Jornal A Verdade

Iris Andrade
Iris AndradeRedatora, Temos Casa
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